Entenda como funciona os critérios de avaliação da banca de correção do ENEM

O recesso escolar terminou e é momento de retomar tanto os estudos quanto colocar em prática o planejamento de atividades para não perder o ritmo na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio. Por isso, visando a ajudar alunos na compreensão do processo avaliativo da redação no ENEM a fim de estarem prontos para esse processo, a profa. Elaine Antunes, idealizadora do Escreva, explica as cinco competências usadas pela banca avaliadora para atribuir nota a esses textos.

Para começar, é importante entender que, no ENEM, a banca examinadora avalia a capacidade de o candidato produzir um texto dissertativo-argumentativo utilizando recursos linguísticos e conhecimentos adquiridos ao longo de toda a sua formação escolar. Para obter a desejada nota mil na redação, é necessária a conquista de 200 pontos em cada uma das cinco competências avaliadas pela banca. Acompanhe:

Competência I

Essa competência avalia se o aluno domina, em seus textos, a escrita formal da Língua Portuguesa. Por isso, é necessário que se demonstre conhecimento da norma padrão, além da estrutura sintática, com frases bem estruturadas, de modo a  atribuir fluidez na leitura. Assim, o texto deve facilitar a leitura da banca, sendo rápido e compreensível.

Garante 200 pontos nessa competência quem domina os conteúdos referentes a: acentuação; ortografia; hífen; regência; concordância; pontuação; maiúsculas/minúsculas; separação silábica (translineação); emprego de pronomes e crase.

Competência II

Esta segunda competência serve para avaliar se o aluno entendeu o tema apresentado e se o abordou de modo completo. A banca avaliadora verifica ainda a relação de conceitos de várias áreas do saber (repertório sociocultural) com o tema proposto, além de observar a estrutura do texto dissertativo argumentativo em prosa, com as três partes que compõem essa tipologia.

Para os 200 pontos nessa competência, destaca-se quem lê atentamente o tema e está atento às palavras-chave para abordar todos os aspectos solicitados pela banca; respeita a estrutura do texto, que deve ter de 4 a 5 parágrafos; lê mais antes da prova e faz resumos teóricos que possam ser usados como repertório sociocultural. Uma dica é usar conteúdos de outras disciplinas como História, Geografia, Literatura, Sociologia, entre outros.

Competência III

Essa competência se refere ao projeto de texto, no qual o aluno deve ter a capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Ao longo dos argumentos, o aluno deve ter coerência na redação.

Por isso, é importante que o candidato apresente, na introdução, sua tese, além de desenvolver seus argumentos  na ordem apresentada. O estudante deve retomar a tese na conclusão e encerrar com uma frase de finalização para o texto. Não pode esquecer também a elaboração de propostas de intervenção segundo os problemas apresentados no texto.

Competência IV

A avaliação dessa° competência se propõe a avaliar o conhecimento do aluno sobre mecanismos linguísticos importantes para a construção da argumentação, ou seja, será analisado como o aluno usa recursos coesivos para articular os enunciados de seu texto. Por isso, devem-se usar, de modo adequado e diversificado, conectivos e pronomes ao longo do texto a fim de evitar repetições de termos e possibilitar conexões entre orações e parágrafos.

Em resumo: conquista os 200 pontos nessa competência quem evita repetições de palavras, usa elementos coesivos no início dos parágrafos e diversifica os conectivos ao longo do texto.

Competência V

Nesse último critério, será avaliada a capacidade de o estudante buscar soluções através da proposta de intervenção. É a competência mais simples para atingir 200 pontos. Vale lembrar ao aluno que o exame contempla “princípios estabelecidos nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, ao solicitar que o participante demonstre uma forma de atuar na sociedade com responsabilidade e ética” (Manual do Candidato). Infringir os Direitos Humanos fará com que o candidato perca 200 pontos nesta competência.

Para os 200 pontos nessa competência, é fundamental apresentar cinco elementos básicos para propostas de intervenção, como: ação; agente; modo/meio de execução dessa ação; seu efeito, finalidade e detalhamento.

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